segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A Máquina Fotográfica


A máquina fotográfica é o equipamento mais importante para o fotógrafo, fora ele mesmo, claro.
É através dela que momentos ficam fixados eternamente, sejam eles bons ou maus. A máquina fotográfica nos permite mostrar o real através de uma visão que pode ter passado despercebido por outras pessoas. Já tive a alegria e a tristeza de tirar o primeiro e último retrato de uma vida. Mas por mais triste que tenha sido, fico feliz por ter retido a imagem de uma pessoa amada para sempre.
Não é o preço da máquina que garantirá uma bela foto, mas o olho do fotógrafo, a sensibilidade de conseguir criar ou capturar o momento. Porém, quando você se decidir comprar uma máquina, é de extrema importância decidir qual o tipo de foto que quer tirar. Geralmente, quando digo isso a alguém, a pessoa diz que quer fotografar tudo. Mas não é verdade. Eu tenho duas máquinas: uma Nikon N60 e uma Coolpix. No último feriado fui a Delfinópolis e levei a N60, pois a Coolpix estava emprestada para minha irmã. O que aconteceu? Tirei pouquíssimas fotos, pois não viajei com a intenção de fotografar, mas sim de relaxar, nadar em cachoeiras. Não dava para fazer trilhas repletas de turistas bêbados, colocar a bolsa nada discreta da máquina ao lado do rio, entrar na água e esquecê-la na margem, sem medo que alguém a roubasse. Além disso, estava chovendo muito e não quis arriscar molhá-la. Resultado apenas 60 fotos, sendo que a maioria está sofrível. Se eu tivesse levado a Coolpix, que cabe no bolso, teria tirado muito mais fotos.
Este é apenas um exemplo. Outra coisa: se você curte fotos artísticas, por exemplo, e tem intenção de montar um estúdio de revelação preto e branco em sua casa, terá que comprar uma máquina que utilize filmes, e não uma digital.
Uma coisa importante na hora de escolher a sua máquina é a resolução, ou seja, o quão detalhista será a foto. Se for para ser colocada em blogs, redes socias, etc, a resolução não é tão importante. Não vale a pena pagar caríssimo numa máquina com alta resolução se outra pode suprir as necessidades perfeitamente. Porém, para grandes ampliações, trabalhos científicos, fotos de moda, etc, uma boa resolução é essencial.
Como já citei acima, é importante ter uma máquina conveniente ao seu propósito. Uma máquina grande pode ser difícil de levar em viagens. Além disso, se você não tem vontade de estudar a fundo fotografia, uma máquina com muitos recursos pode mais atrapalhar do que ajudar. Porém, se fotografar está no seu sangue, se você quer "perder" às vezes mais de uma hora, às vezes até dias para conseguir uma única foto, então, divirta-se! Escolha uma monoreflex!
Isso nos leva diretamente ao outro ponto importante na hora de escolher o equipamento: o controle criativo. Você pode querer apenas apontar para o objeto e congela-lo para ser uma memória. Como um churrasco com a família, o amigo dormindo de boca aberta no ônibus, etc. Ás vezes, porém, você pode querer tirar uma foto de um pássaro, de uma corrida de automóveis, de um pôr de sol e aí as coisas complicam, exigindo mais do fotógrafo e da máquina.
Mas não podemos esquecer o custo do equipamento ou, em outras palavras, quanto podemos ou estamos dispostos a pagar. Não quer dizer que a mais cara proporcionará uma foto melhor. Uma monoreflex pode custar muito menos do que uma automática e não proporcionar quase nenhum controle criativo.
Sim, comprar uma máquina pode ser complicado.
Quanto a marca, eu prefiro Nikon, sempre e sempre. Canon também é ótima, já usei e tirei ótimas fotos. Mas gosto da Nikon porque, além dela ser de ótima qualidade, é uma máquina forte. Não sou a menina mais delicada do mundo e costumo ir para lugares bem inóspitos para uma máquina: calor intenso, salinidade, choques mecânicos, frio intenso, umidade. Para ter uma idéia, no ano passado fiquei horas tirando fotos das Cataratas do Iguaçu e minha máquina ficou ensopada. Meu celular, que estava dentro da mochila, estragou de tal forma que ninguém conseguiu consertá-lo, mas minha Nikon permaneceu intacta. Uma vez rolei ribanceira abaixo com minha antiga Nikon na mochila. Eu me ralei toda, mas ela permaneceu intacta. Minha Coolpix já sofreu bastante também e é bem antiga, funcionando perfeitamente até hoje.
Mas que ninguém se engane: fotografar é um hobby caro. Porém, pode proporcionar lucro, e um bom lucro.
Me lembro a primeira vez que ganhei dinheiro fotografando. Achei incrível alguém me pagar para eu me divertir tanto. Pensei: eu que devia pagar a esse cara!
Hoje, é claro, estou mais madura e sei que é um trabalho sim, um trabalho extremamente prazeroso, mas é trabalho, e um trabalho complexo.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Michael "Nick" Nichols

Todo fotógrafo tem um ídolo, aquele que gostaria de ser quando crescesse. Nick Nichols é o meu, desde a primeira vez que vi uma foto tirada por ele. Suas imagens parecem retiradas de um sonho, e pode-se sentir suas texturas.

 Michael "Nick" Nichols é um fotógrafo da vida selvagem da National Geographic. Nasceu no Alabama em 1952 e começou a tirar fotos aos 18 anos, como fotógrafo do exército americano. O que o atraiu foi o resultado imediato da fotografia, ao contrário de outras artes. Após cumprir o serviço militar, trabalhou para a revista Geo em 1979 e em 1982 entrou para a agência Magnum. Em 1996 começou a trabalhar na National Geographic, onde está até hoje.
Seus trabalhos mais famosos são com a especialista em chimpanzés, Jane Goodall ; dois anos que acompanhou o intragável, porém genial J. Michael Fay no super projeto Megatransecto (3200 km a pé, do Congo ao Gabon, na África) e a fantástica foto de uma sequóia gigante inteira.


No início da carreira mandou seu portifólio para a National Geographic e Bob Gilka, o diretor de fotografia na época, madou-lhe uma carta dizendo-lhe para tentar uma outra profissão, como por exemplo advogado.
Assim como Nichols é meu ídolo, ele também tinha o seu: Robert Capa, o aventureiro e excelente fotógrafo de guerra (tudo bem, Capa também é meu ídolo).
Nich Nichols prefere Canon para fotografar a vida selvagem, mas diz que não existe diferença em trabalhar com a Nikon. Ele disse ter usado uma Leica para fotografar os pigmeus, pois estes se sentem ameaçados em serem fotogrados e a Leica é uma máquina discreta.

Quanto às lentes, Nichols usa tudo o que existe, da 17 até 600mm.
Suas fotos geralmente são tiradas com foco manual, a não ser quando o objeto se move rápido demais. Também evita ao máximo o uso de flash, preferindo a luz natural.
Nick Nichols continua continua a trabalhar duramente para trazer a nós as mais maravilhosas fotos da vida selvagem, sempre enfatizando a necessidade da preservação ambiental. Graças ao trabalho do megatransecto diversos parques foram criados na África. Além disse, Nichols denuncia o tráfico de animais, o desmatamento e crueldade com aos animais e com a selva no geral.
Meu trabalho favorito de Nichols é O Ano do Tigre, onde acompanhou Sita, uma tigreza indiana.